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Covid-19: Docente de Enfermagem e especialista em Epidemiologia adverte sobre a situação epidemiológica no Brasil
Embora os casos de Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, tenham diminuído e a vacinação tenha progredido, a vigilância e a adoção de medidas preventivas ainda são fundamentais, conforme explicado pela profa. do curso de Enfermagem do Unileste Mestra Larissa Cardoso, especialista em epidemiologia de doenças infecciosas e parasitárias. “O atual panorama epidemiológico no Brasil demanda atenção, em virtude do recente aumento de infecções. É preciso revisitar os cuidados básicos, como uso de máscaras em caso de sintomas, higienização das mãos e garantir o ciclo vacinal completo, com todas as doses de reforço oferecidas”, explica.
Mestra em Ciências da Saúde com foco em epidemiologia das doenças infecciosas e parasitárias, Larissa Cardoso, reforça que a Covid-19 não é uma doença do passado.
Neste início de ano, conforme indicado pelos dados do Ministério da Saúde, foram registrados mais de 240 mil casos e quase 2 mil óbitos por Covid-19. Apenas nas duas primeiras semanas de fevereiro, foram identificados mais de 45 mil novos casos que podem ter ligação direta com o período de Carnaval. “É muito provável que nos próximos dias tenhamos um aumento ainda mais significativo no cenário epidemiológico, pelas festividades com aglomeração de pessoas. O maior problema do Coronavírus é justamente a rapidez com que ele se espalha em qualquer tempo, diferente da gripe que é uma doença sazonal”, esclarece a profa. Larissa. O boletim Infogripe, da Fiocruz, também reforça essa tendência ao evidenciar um crescimento nos diagnósticos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à Covid-19, sobretudo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Cardoso destaca que os sintomas característicos da Covid-19 incluem coriza, tosse persistente, fadiga com mínimos esforços físicos, febre e dor de cabeça, observados de forma menos intensa em pessoas vacinadas. A semelhança entre os sintomas da Covid-19 e aqueles associados à gripe e outras doenças, como arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela), complica a diferenciação das enfermidades. Portanto, é fundamental buscar atendimento médico assim que percebidos os sintomas e seguir um tratamento adequado. Isso porque cada caso exige um protocolo específico: a Covid-19 demanda o isolamento, por ser altamente contagiosa; já as arboviroses, se tratadas com medicamentos incompatíveis, podem desencadear quadros hemorrágicos. “Em paralelo ao aumento de casos de infecção pelo SARS-CoV-2, estamos vivenciando uma epidemia de dengue – que pode provocar efeitos parecidos no organismo -, então é mais difícil para a população identificar cada uma das doenças e tomar as medidas adequadas. O diagnóstico precoce é a melhor maneira de prevenir complicações e evitar colocar outras pessoas em risco”, conclui a especialista.
Covid-19 X dengue
Além dos sintomas comuns, a dengue provoca dores musculares intensas, desconforto atrás dos olhos e o surgimento de manchas vermelhas pelo corpo, enquanto a Covid-19 está associada a tosse persistente e desconforto respiratório. O Ministério da Saúde destaca a essencialidade do diagnóstico preciso para ambas as doenças. Testes específicos, como o RT-PCR, capaz de identificar o material genético em amostras respiratórias (eficaz entre o 3º e 5º dia de sintomas), e a Sorologia, que detecta a presença de anticorpos no sangue (realizável após o 6º dia de sintomas para a dengue e após o 10º dia para a Covid-19), estão disponíveis.
Ademais, assim como as medidas preventivas são necessárias no combate à Covid-19, a atenção à dengue também é crucial. A eliminação de focos de água parada, o uso consistente de repelente, a cobertura adequada do corpo sempre que possível, além da aplicação de inseticidas e larvicidas, são medidas essenciais para mitigar a propagação da dengue. “A abordagem conjunta dessas estratégias é fundamental para enfrentar ambas as doenças e garantir a saúde pública”, enfatiza a Mestra Larissa Cardoso.
Publicado por Brenda Duarte