2009
set
11

Alunos do Unileste representam o Vale do Aço em ‘IX Congresso de Ecologia do Brasil’

Jaguatirica

Entre os dias 13 a 17 de setembro, alunos e professores do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG) representarão o Vale do Aço no ‘IX Congresso de Ecologia do Brasil’, que será realizado em São Lourenço, no sul de Minas. Ao todo, cinco trabalhos da delegação do Unileste foram inscritos e aprovados para apresentação.

Dentre as produções selecionadas, destaca-se o trabalho de conclusão de curso intitulado ‘Diagnóstico preliminar dos mamíferos de médio e grande porte no município de Belo Oriente’, desenvolvido pelos alunos Paula do Rosário, Luiz Guilherme Bicalho e Vinicius Barros, sob orientação dos professores Alan Ribeiro e Flávia Junqueira. O estudo produziu um inventário da população de mamíferos da região da Lagoa do Jacaré, pertencente a um bioma de Mata Atlântica localizado nas proximidades de uma unidade industrial. Como resultado, os pesquisadores identificaram vestígios de espécies como o veado mateiro, cachorro-do-mato, mão-pelada, cotia, paca e tapiti, além de indícios da presença de jaguatiricas, que são, especificamente, animais ameaçados de extinção.

“A área pesquisada encontra-se em processo de regeneração, após danos causados à biodiversidade mediante o amplo plantio de eucalipto. Entretanto, a identificação da presença de mamíferos de médio e grande porte no local indica que a área apresenta condições de abrigar diversas populações, demandando o estabelecimento de ações conservacionistas efetivas”, afirma Flávia.

Ecologia comportamental
As alunas Daniele de Vasconcelos e Mirian Ferreira, por sua vez, participarão do Congresso por meio do trabalho ‘Ecologia comportamental de uma fêmea de bugio ruivo em cativeiro’, produzido sob orientação do professor Cléber Ribeiro Junior e tendo como objeto um dos maiores primatas tropicais, também conhecido como macaco-uivador. “Para desenvolvimento da pesquisa, observamos um animal que foi capturado dentro da zona urbana de Timóteo e encontra-se isolado em cativeiro em um centro de biodiversidade da região. Em consequência da perda acentuada de extensão da Mata Atlântica, essa subespécie de bugio enquadra-se na lista oficial de espécies quase ameaçadas de extinção”, explica o professor.

Os pesquisadores compararam o comportamento do animal mantido em cativeiro com aqueles que permanecem soltos na natureza, onde os mesmos apresentam uma rotina bastante ativa. Concluiu-se que a facilidade de aquisição de alimentos, a escassa interatividade com outros animais da mesma espécie, e o limitado espaço disponível para locomoção podem provocar nestes animais comportamentos estereotipados, como aumento do estresse, agressividade e locomoção desordenada, como o hábito de andar em círculos.

Zoologia de invertebrados
Tânia Gonçalves dos Santos, responsável pelos laboratórios de Zoologia de Invertebrados e Controle de Pragas do curso de Ciências Biológicas do Unileste, atua como orientadora de outros três trabalhos aceitos pelo Congresso. A pesquisa intitulada ‘Comparação entre a entomofauna urbana atraída por lâmpadas fluorescentes e incandescentes’ foi realizada pelos alunos Naiara Araújo e Willians Porto, que obtiveram como resultado a observação de que a iluminação urbana pode afetar intensamente as relações ecológicas entre os insetos, pois a luz artificial os desvia de sua trajetória inicial, atraindo-os e tornando-os vulneráveis à predação ou à morte pelo contato com as lâmpadas quentes.

A estudante Larissa Oliveira, por sua vez, aborda em seu trabalho a ‘Atração de macroinvertebrados bentônicos por diferentes cores de substratos’, associando padrões de coloração à preferência de diferentes espécimes de macroinvertebrados da lagoa do Piauzinho, em Ipaba. Larissa explica que os macroinvertebrados bentônicos são seres que habitam os rios, riachos e lagoas, e servem de alimentação para comunidades de peixes e crustáceos. “O uso dos macroinvertebrados como bioindicadores da qualidade da água também é recomendado, pois esses animais refletem as mudanças do ambiente”, salienta a aluna.

E, por fim, cores e formatos de armadilha para a captura de insetos em ambiente urbano constituem o tema de apresentação das alunas Denise Cliper e Vanessa Martins, que tomaram como objeto de estudo a população de insetos de um fragmento de mata ciliar do Parque Estadual do Rio Doce. O resultado da pesquisa aponta que as cores parecem ser mais importantes na atração destes animais do que as diferentes formas das armadilhas em questão.

Para Trycia Martins, coordenadora do curso de Ciências Biológicas do Unileste, os trabalhos selecionados apresentam significativa relevância científica, o que justifica sua aprovação. “Tão importante quanto perceber a qualidade das produções de nossos alunos, é saber que os mesmos terão a oportunidade de compartilhar esses resultados com profissionais de renome durante o Congresso”, destaca. O evento reunirá professores, alunos e pesquisadores de países como Argentina, Austrália, Venezuela, Panamá, Espanha, Chile e Estados Unidos. Outras informações sobre o ‘IX Congresso de Ecologia do Brasil’ podem ser obtidas em www.seb-ecologia.org.br/ixceb/.

Publicado por Tiago Mendes

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