2009
out
05

Família em foco: docente de Psicologia utiliza filmagens em estudo sobre interações entre mães e filhos

Mãe e filho

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A interação mãe-criança e a manipulação de respostas positivas e/ou aversivas no processo educativo foram tema da dissertação de mestrado desenvolvida pela professora Eva Maria dos Reis Gomes, do curso de Psicologia do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG).

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Para desenvolvimento da pesquisa, a docente utilizou gravações em vídeo sobre o cotidiano familiar de três residências selecionadas na cidade de Ipatinga. Os comportamentos empreendidos por mãe e filho foram registrados em áudio e vídeo, 24 horas por dia, nos períodos de 12 a 18 dias. Os resultados foram apresentados a uma banca examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e aprovados com louvor pelos avaliadores.

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De acordo com Eva, desde a década de 1930, cientistas das áreas Humanas, Sociais e da Saúde têm levantado questões sobre a melhor forma de se educar os filhos e, neste contexto, a grande maioria dos estudos tem demonstrado que as práticas educativas desenvolvidas no ambiente familiar têm influência decisiva sobre a aprendizagem e o comportamento das crianças.

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Metodologia
Após as primeiras gravações, a pesquisadora utilizou trechos dos filmes para exibição em seis sessões diárias de análise, nas quais as mães eram estimuladas a avaliar o comportamento de seu filho, registrado no vídeo, e a eficácia de sua própria resposta à situação. Os dados foram classificados como positivos, aversivos e neutros, de acordo com um sistema de codificação desenvolvido nos Estados Unidos nomeado como Standardized Observation Codes (SOC III).

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“Neste sistema, são consideradas interações positivas as ações marcadas por sorriso, contato físico, tom de voz, e conteúdo verbal afetuoso. Do ponto de vista das respostas da mãe, essas são atitudes capazes de estimular, com eficácia, posturas pró-sociais nas crianças, inibindo comportamentos inadequados, no presente e no futuro, através da aprendizagem”, explica a pesquisadora.

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Por outro lado, interações aversivas são ações que denotam agressividade, coerção ou ameaça, sinalizadas, no corpo, pelo franzir das sobrancelhas, por exemplo. E as interações neutras foram identificadas através das ações de contato físico, tom de voz e conteúdo verbal nas quais os participantes não demonstraram afeto ou nenhum sinal de carga emocional envolvida.

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Inovação
Como resultado, os dados colhidos demonstraram que as mães/cuidadoras apresentaram preponderância de comportamentos aversivos e neutros no período das primeiras gravações. Entretanto, durante e após a intervenção da pesquisa, a análise dos conteúdos dos vídeos demonstrou que essas categorias de comportamento diminuíram em ocorrência, aumentando, notadamente, os comportamentos positivos tanto da criança como da mãe.

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“Nesse sentido, observou-se que as interações entre cuidadoras e crianças passaram a ocorrer em ambientes mais amistosos, favorecendo o desempenho de práticas educativas parentais mais eficientes,” afirma Eva. Para Regina Lúcia de Souza, coordenadora do curso de Psicologia do Unileste, “além de inovar, por meio de sua metodologia, o estudo elucida questões importantes sobre a atuação familiar no contexto da formação integral dos sujeitos sociais”, conclui. O texto completo da pesquisa pode ser consultado em http://www.pucsp.br/pos/experimental.

Publicado por Tiago Mendes

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