No Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG) a pesquisa é utilizada como instrumento de aprimoramento da aprendizagem, capaz de permitir o aprofundamento de investigações teóricas e a busca de soluções para problemas de interesse da comunidade. Em reconhecimento à qualidade destas práticas, neste mês, o Unileste foi selecionado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) como a única Instituição de ensino superior particular de Minas Gerais para o desenvolvimento de uma importante pesquisa na área ambiental.
Por meio da aprovação do projeto Avaliação de Poluentes Inorgânicos e Orgânicos na Bacia do Rio Doce: Sub-bacia do Rio Piracicaba, coordenado pela professora doutora Maria Adelaide Vasconcelos, o Unileste receberá R$ 372 mil para o desenvolvimento do estudo e a aquisição de um equipamento de grande porte para o Laboratório de Análises Ambientais (LPA) da Instituição. Também foram contempladas pelo edital da Fapemig as universidades federais de Viçosa (UFV), Ouro Preto (Ufop), Minas Gerais (UFMG) e Espírito Santo (Ufes).
Na avaliação da professora Maria Adelaide Vasconcelos, esta conquista mostra que, mais uma vez, o Centro Universitário sai à frente no desenvolvimento das pesquisas científicas. “O Unileste, em parceria com alguns orgãos de fomento, tem viabilizado inúmeras pesquisas, além de apoiar de forma expressiva a iniciação científica. Isso tem resultado em importantes contribuições para a região e a população local”, ressalta a professora do curso de Mestrado em Engenharia Industrial.
Diagnóstico ambiental
Previsto para iniciar em junho, o projeto tem como objetivo realizar um diagnóstico ambiental da Bacia do Rio Piracicaba, que é uma das sub-bacias do Rio Doce que mais sofre impactos ambientais. O estudo contará com o envolvimento dos cursos de Engenharia Sanitária e Ambiental, Engenharia Civil, Enfermagem e do Mestrado em Engenharia Industrial do Unileste, além de outras instituições nacionais e internacionais: Ufes, UFMG, Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e o Serviço Central de Análise Laboratorial, da França.
A pesquisa analisará a qualidade de diferentes amostras ambientais: água superficial, comunidades aquáticas, músculo de peixe Geophagus brasilienses, sedimento de margem, solo e vegetação ripária em seis pontos diferentes da Bacia do Rio Piracicaba. “Por meio destes procedimentos, vamos caracterizar os poluentes orgânicos e inorgânicos encontrados nestas mostras, destacando a concentração destes poluentes”, explica a professora Maria Adelaide Vasconcelos, que coordenará o estudo.
Com duração prevista de dois anos, a pesquisa coletará mostras em locais estratégicos, desde a nascente do Rio Piracicaba até o seu deságue no Rio Doce. Estas coletas serão realizadas trimestralmente nos municípios de Fonseca, Rio Piracicaba, Nova Era, Coronel Fabriciano, Ipatinga e Rio Doce. “As análises serão direcionadas ao levantamento das variáveis físico-químicas da água e suas interações com os metais pesados e os poluentes orgânicos”, detalha Adelaide.
Conscientização
A partir dos dados levantados pela pesquisa, serão elaborados programas de capacitação direcionados a profissionais da saúde dos municípios estudados ao longo da Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais e Espírito Santo. “Também estão previstas o levantamento de doenças que podem estar relacionadas aos poluentes, assessoria aos produtores rurais, no que se refere à elaboração de Estações de Tratamento de Esgoto e uso indevido de pesticidas e agrotóxicos, além de atividades de educação ambiental”, adianta a professora.
As capacitações ainda atingirão a população ribeirinha. “Alertaremos essas comunidades sobre a atual situação da degradação ambiental do Rio Doce, sensibilizado sobre os cuidados com o uso destas águas e o consumo de peixes, que estão contaminados principalmente pelo mercúrio e arsênio”, finaliza Maria Adelaide.
